Desconheço os números atuais, mas creio que não erro ao afirmar que devem existir dezenas (se não centenas) de milhões de blogs mundo afora. Algo me intriga: quem os lê?
Fala-se, há tempos, de uma crise da leitura, no Brasil e noutros países. Muito material escrito produzido; poucos leitores efetivos. São várias as causas dessa suposta crise e não vou aqui investigá-las. Para meu objetivo momentâneo basta especular sobre o que leva alguém (e, no caso deste espaço, um grupo de pessoas) a apresentar textos para leitura na imensidão da blogosfera, inserida, por sua vez, na vastidão quase infinita da World Wide Web.
Diversos são os tipos de blogs, mas três deles são mais comuns:
- Blogs "personalistas": incluem relatos ou imagens relacionados ao cotidiano ou à vida privada de um indivíduo (são os mais idiotas, em meu ponto de vista; os dois abaixo são melhores).
- Blogs "temáticos": são organizados a partir de um assunto específico - culinária, esoterismo, traquitanas tecnológicas, Filosofia, Cinema, etc. Podem ser fonte alternativa de informação e costumam refletir a profissão, o interesse ou o hobby de seu(sua) proprietário(a).
- Blogs "artísticos": veiculam criações/produções elaboradas pelo(a) proprietário(a). Mais frequentemente, poemas, contos e outros textos com pretensão literária.
O acesso à Internet possibilitou a qualquer pessoa divulgar o que quiser por meio da escrita (ou outra forma de linguagem, é claro). Não preciso dizer que há (muito) lixo misturado a (poucas) boas realizações. No que resultará este Esboços Cotidianos? Fica a pergunta ao(à) eventual leitor(a).E por falar em pergunta, voltemos àquela do primeiro parágrafo: quem lê os blogs atualmente produzidos? Sem responder diretamente, arrisco dizer: são pouquíssimos os que leem na íntegra o conteúdo das postagens por ventura encontradas ou solicitadas.
Na blogosfera, vivemos uma situação próxima do surrealismo: há mais material escrito do que gente disposta a lê-lo. É o diálogo dos surdos. Todos querem falar (escrever), mas ninguém se coloca, mesmo de vez em quando, na condição de ouvinte (leitor). Em outras palavras, quase não há intercomunicação.
Pensando bem, por que entrei nessa?
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