domingo, 26 de fevereiro de 2012

FAÇA ACONTECER

Segue um trecho do livro de um amigo. Pra animar a semana e levantar o astral. Para lembrarmos que não podemos guardar nada de ruim, desarrumando as malas no fim de cada viagem e se lembrando das coisas boas. Vamos nos mexer. Boa Semana.

FAÇA ACONTECER
(Carmo Antunes)

A vida se torna bela, quando se olha para trás e vê tudo que passou, com orgulho, sentimento e saudade.

O que mais importa para nós é ter saúde, senso de amor, força de vontade e perseverança para vencer.

Vivamos cada momento da melhor forma possível, como se o fim dos nossos dias fosse agora.

Temos que nos sentir bem, de bem com a vida, buscamos conquistar boas ações realizando nossos sonhos, nossos desejos, nossos amores, sem medo, sem preconceito, sem guardar segredo.

Esqueçamos os problemas e desilusões, abrindo nossos corações para novos desafios, não ficando parado a esperar que as coisas aconteçam; faça acontecer, sorria, expresse, cante e encante, apareça em todos os instantes da vida.


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Aqui

Estamos aqui, de volta, depois do carnaval. Tiramos as nossas fantasias, e nos mostramos despidos e em frangalhos. Nada melhor que estarmos de volta, aqui:

                                                    Aqui
                                                          (Pablo Neruda)


Vim aqui para contar os sinos     - Me vine aquí a contar las campanas
Que vivem no mar,                        - Que viven en el mar,
Que soam no mar,                         - Que suenan en el mar,
Dentro do mar.                              - Dentro del mar.


Por isso vivo aqui.                         - Por eso vivo aquí.


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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Quando a tecnologia atrapalha



     Não sou saudosista, e estou antenado nas novidades da tecnologia. Mas em alguns aspectos a tecnologia vem de encontro à atrapalhar a evolução do indivíduo, ameaçando a sua criatividade. 
Ficamos preguiçosos. Tentamos solucionar as anomalias do mundo real em apenas alguns cliques. Não existem fronteiras, mas estamos distante da sociedade, assistindo tudo do lado de fora.
Antes fazíamos manifestações, abaixo assinados, caras pintadas... Hoje, movimentamos zilhões de abaixo assinados por e-mails, terabytes de manifestações inúteis nas redes sociais, e fotos de 12 megapixels.
Lembram deste meme? "Parem o mundo! Eu quero descer!". Hoje seria diferente:
- Desconectem o mundo! Eu quero um pouco de privacidade.
Alguns elétrons encontram satisfação no seu sexo virtual, daí nascem prótons e nêutrons! A fissão nuclear não passa de um tropeço do século passado.
Bem... lá se vai o desabafo. Mas não desisto!!! A máquina nunca irá superar o homem!!! 


Segue uma crônica do LG Rodrigues, Profile, bem adequada:

"Quando a tecnologia atrapalha

Por LG Rodrigues

Estudos indicam que a dependência das novas tecnologias por parte dos jovens cresce, assim como as novidades direcionadas para o setor

Por acaso você usa algum aparelho eletrônico com muita frequência? Provavelmente sim, afinal o século XXI representou uma explosão tecnológica de proporções gigantescas para a história da humanidade. Utilizar tais aparelhos apenas para otimizar seu cotidiano é algo aceitável e muito normal nos dias de hoje. Entretanto, quando a utilização deles foge do controle e o conforto é tomado pela obsessão, o cenário muda indicando que talvez seja a hora para começar a maneirar, não apenas com o uso excessivo dos aparelhos high-tech, mas também com a dependência de internet e afins.

Às seis horas da manhã o celular da estudante paulistana de 17 anos, Karine Penha, dispara seu alarme e rapidamente ela desperta. É o celular da jovem que a alerta todos os dias sobre o começo de uma nova manhã, e ainda é o mesmo aparelho que lhe servirá de MP3 player durante o caminho de alguns poucos quilômetros que ela faz até o cursinho preparatório para vestibular mais próximo de sua casa.

Andar sem o seu “amado” celular é algo fora de questão. “É como se não pudesse viver sem ele, o dia não irá correr como de costume”, comenta Karine. O aparelho telefônico é simplesmente o melhor amigo da jovem enquanto ela passa seu dia. Ela ainda revela que já utilizou o aparelho até mesmo para dar uma “mãozinha” durante as provas, passando cola para seus colegas de classe.

Não fosse suficiente um aparelho celular, Karine possui dois. Ela diz que o primeiro já possuía há algum tempo, foi quando ganhou um segundo celular e passou a utilizar ambos os aparelhos. Quando indagada o porquê disso ela diz que não sabe precisar exatamente a necessidade de ter mais que um.“Sabe que eu não sei? Eu tinha um, aí ganhei outro e continuo usando os dois, eu era dependente de um e este era suficiente agora preciso dos dois. A não ser que eu ganhe um outro com dois chips”.

Tirando o celular que a auxilia desde que acorda até quando ela dorme, a jovem também diz que seu computador é grande aliado tanto na hora de relaxar quanto na hora de trabalhar. “Boa parte dos meus trabalhos pro cursinho faço no meu PC”. Quando perguntada sobre as horas livres ela diz que passa um bom tempo navegando, embora nem tanto quanto no passado. “Uso muito o MSN e Orkut para conversar com meus amigos, até mesmo agora para te dar a entrevista, mas já não passo tanto tempo online quanto costumava, agora que estou me preparando para o vestibular do ano que vem”.

Porém quando perguntada sobre qual item tecnológico que possui do qual ela é mais dependente a resposta vem sem nenhum tipo de hesitação. “Minha chapinha. Não conseguiria sobreviver sem ela de jeito algum, é minha companheira que eu nunca passo um dia sequer sem usar”, finaliza a estudante.

Essa dependência por eletrônico ainda não possui um nome oficial, porém pode ser chamada de Síndrome de Contato Permanente. Mas por que isso se dá? Por que alguns jovens chegam a roubar dinheiro apenas com o intuito de freqüentar lan-houses? A resposta seria a junção de muitas informações com o crescente interesse pelas novas tecnologias, o que acaba causando uma euforia no cérebro das pessoas e as deixa em estado alerta o que causa uma sensação agradável para a mente humana.

De acordo com a psicóloga Sandra Martins de Lima, as pessoas que desenvolvem a síndrome já apresentam alguma doença antes, como fobias, depressão ou baixa autoestima. “Até mesmo uma família desestruturada pode ser a causa de dependência tecnológica em um jovem dos dias de hoje”.

A tecnologia, portanto, acaba se tornando uma espécie de refúgio para os problemas pessoais dos jovens, os quais sem dúvidas tentam fugir do mundo real ou construir uma realidade própria, uma vez que o uso dos eletrônicos deixa o cérebro mais relaxado e sem conseguir distinguir a vida real da imaginária.

Por isso é necessário que se mantenha um controle sobre o uso dos aparelhos tecnológicos e que se imponha um limite que defina até onde o uso de tal aparelhagem é por mero conforto e diversão ou quando passa a se tratar de uma necessidade desenfreada. Isso sem contar que a utilização excessiva de alguns aparelhos como o computador pode acarretar em outros problemas como de visão e até mesmo de postura. “Impor limites ainda é a melhor maneira de prevenir que os aparelhos tecnológicos venham a interferir na vida dos jovens, e esse limite cabe aos pais definir”.

Quando o jovem já atingiu uma idade mais madura, porém aí esse limite deve ser colocado pelo próprio usuário. Foi o que aconteceu, por exemplo, com Lucas Patrício, o qual trabalha com relações públicas e adora qualquer tipo de “bugiganga” eletrônica. Por e-mail, ele respondeu. “Apesar de a tecnologia fazer parte do meu dia-a-dia e eu ser aficionado por ela, não me considero nem um pouco viciado. Tenho costume de sempre me manter atualizado sobre o assunto, gosto de ter aparelhos bacanas, mas isso está longe de ser um vício.”

Assim como a jovem Karine, Lucas diz que a internet também é uma ótima maneira de interagir socialmente com outras pessoas, mas como tudo na vida é necessário manter um equilíbrio. “Eu saio todos os finais de semana com minha namorada, amigos, jogo bola, como qualquer outra pessoa.”

Quanto a gastos, ele revela que de vez em quando passou da conta, porém não é algo que acontece frequentemente e que assim como nas saídas de casa ele também sabe controlar e equilibrar. “Tem gente que gasta o salário inteiro no super-mercado, outros no cabeleireiro... É uma escolha individual.”

No fim das contas, o que fica é o seguinte recado: não deixe de usar as novas tecnologias, pelo contrário, mantenha-se sempre atualizado sobre novos assuntos, aparelhos e etc. Mas como tudo na vida, é necessário que o próprio usuário mantenha certo controle sob aquilo que ele faz. Verificar se anda abusando além da conta na hora de se divertir de forma high-tech é um conselho dos economistas e psicólogos. Assim como Sandra aconselha: “Quem sabe dosar, sabe usar”.
(...)
Acesse na íntegra: http://revistaprofile2010.blogspot.com/2010/05/introducao.html


segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Mais tecnologicamente conectados. E mais idiotizados também.



O excerto: "Imagine-se numa sala, sentado diante de uma mesa sobre a qual se empilham as peças de um gigantesco quebra-cabeça. Um funil pendurado no teto despeja mais peças na mesa do que você consegue separar, para não dizer encaixar. Você percebe que as peças são de diferentes cores e texturas, e que não pertencem ao mesmo quebra-cabeça. Sente que não dispõe de tempo - talvez jamais disponha - para ' pôr tudo em ordem '. Pôr tudo em ordem exigiria um tipo de atenção distinto da mera decisão sobre o que fazer com cada peça. Suponha que o que você procura montar é o padrão, o próprio sentido, de sua vida. O fato de que uma quantidade excessiva de bits seja despejada mais depressa do que você consegue assimilar significa manter-se indefinidamente em suspenso e restrito a fatos superficiais, incapaz de articular uma filosofia de vida coerente e profunda - fraudado de sentido".

Quem disse? Orrin E. Klapp, sociólogo norte-americano, no livro Opening and closing: strategies for information adaptation in society, publicado em 1978 (o trecho aqui reproduzido foi retirado d' O livro das citações: um breviário de ideias replicantes, de Eduardo Giannetti*)

E aí? Tomei uma decisão. Cancelei perfis no Facebook, no Twitter e, em breve, cancelarei também este no Blogger. Estou me sentindo na mesma condição do indivíduo presente na metáfora empregada por Klapp para descrever o atual estado da comunicação e do conhecimento (e olha que o cientista afirmou isso muito antes da explosão da web 2.0). Sinto-me cada vez mais imbecilizado nas chamadas redes sociais e na blogosfera. Sinto-me "indefinidamente em suspenso e restrito a fatos superficiais" (e fúteis). Não desejo mais seguir esse caminho.

* GIANNETTI, Eduardo. O livro das citações: um breviário de ideias replicantes. São Paulo: Companhia das Letras, 2008

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Sometimes

Uma música que eu adoro, de vários títulos "Sometimes", creio que este "Às vezes" acontece com a gente!!


Sometimes
(Pearl Jam)



Large fingers pushing paint
You're God and you got big hands
The colours blend
The challenges you give man
Seek my part
Devote myself
My small self
Like a book amongst the many on a shelf
Sometimes I know
Sometimes I rise
Sometimes I fall
Sometimes I don't
Sometimes I cringe
Sometimes I live
Sometimes I walk
Sometimes I kneel
Sometimes I speak of nothing at all
Sometimes I reach to myself
...dear God


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A arte como fuga - parte 2


Voltando à minha postagem anterior, eu não seria ingênuo para dizer que sou um expert em arte. Não sou. Até porque a arte tem em si vários conceitos, alguns deles conflituosos.
Existem vários conceitos de arte em diferentes áreas como a literatura, artes visuais, dança, teatro, entre outros, cada qual com um ferramentário próprio de método e crítica.
Devo confessar que não conheço nenhum dos métodos e críticas que compõem essas maneiras de fazer artísticas, e não posso fazer o papel do crítico. Foram muitos os livros, as peças de teatro, os quadros e os espetáculos de dança que não entendi nada. Mas sempre existiu em mim uma consciência que tornava tudo aquilo um diferencial entre “isso é arte” e “aquilo não”.
E é com base nessa consciência, digamos, artística que fiz as minhas escolhas estéticas. É a partir dessa consciência também que hoje eu escolhi me esconder, sempre que possível, do mundo inflexível das opiniões sem questionamento: a arte como fuga.

Gustavo de Oliveira
04 de fevereiro de 2012

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Olhos


Um pouco de romantismo. Encontrei algo que escrevi, em abril de 2010. Algo que ainda está valendo.
Peço licença à quem escrevi, mas ela irá entender este compartilhamento.


"Olhos que vêem,
Olhos que observam,
Olhos que vão e que vêm,
Olhos que se encontram.

Olhos que sabem que são observados,
Olhos dos nossos olhares,  
Olhos que escondem ou,
Olhos que mostram em outros lugares.

Olhos que hipnotizam,
Olhos verdes,
Olhos úmidos,
Olhos ardes.

Olhos meus,
Olhos abstratos,
Olhos apaixonados, pelos
Olhos teus."

(Eduardo Leandro).

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

O descompasso entre o ensino universitário e a educação básica

O excerto: "Quanto ao papel dos intelectuais, professores universitários, acredito que primeiramente eles devem assumir a graduação, dedicar-se a esse nível de ensino. Tenho visto nas universidades públicas uma inversão. Quem se considera intelectual, professor de primeira linha, só quer dar aula para a pós-graduação e não para a graduação. Isso tem de mudar para que a graduação melhore e para que os alunos da licenciatura possam chegar a suas escolas de uma maneira diferente. Dessa forma, com professores bem formados, o diálogo entre universidade e escola básica pode melhorar muito. Na verdade, o que ocorre é que apenas a pesquisa é valorizada no currículo do professor universitário. Ganham-se bolsas de produtividade por pesquisa, mas não por aulas bem ministradas. Outro descaso que encontramos relaciona-se a projetos de extensão. Esses projetos, que fazem com que a universidade se insira na vida social da comunidade, não são valorizados. Nem o ensino nem a extensão são premiados, destacados, somente a pesquisa. Se a universidade está dividida em ensino, pesquisa e extensão, se são essas as três funções que temos de exercer, então que sejam exercidas com equilíbrio. Um pesquisador não deve ser mais valorizado que um professor".

Quem disse? Graça Paulino (foto à esquerda), professora da Faculdade de Educação da UFMG e membro do CEALE (Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita). O excerto foi retirado de uma entrevista concedida à (ótima) Presença Pedagógica* e publicada na edição de nov./dez. de 2011.

E aí? Nessa entrevista (que recomendo, obviamente) Graça Paulino aborda diversos assuntos: o problema da desvalorização dos professores de educação básica; o papel social da intelectualidade; as características distintivas da leitura literária; por que ler Literatura, entre outros. Destacou-se o excerto acima porque nele se expõe - sendo mais significativo por vir de uma professora universitária com longa experiência - aquilo que considero o encastelamento confortável (mas prejudicial para o ensino no Brasil) de alguns doutores da academia que não se sentem nem um pouco incomodados com a educação básica. Ponto para Graça Paulino.

* "Ainda não temos um Brasil literário, mas precisamos continuar lutando por isso". Presença Pedagógica, Belo Horizonte, v. 17, n. 102, nov./dez. 2011, p. 5-10